31.10.06

Não me resta senão ser o lugar duma afirmação.

29.10.06

Variations on a theme of absence

Tom Tom

O Amor não pode ser pintado da mesme forma que uma árvore ou um oceano ou qualquer mistério tamanho
É os olhos que usamos para ver.
É no próprio santo o pecador.
É a luz a banhar da tinta o interior.

23.10.06

Love to dance

21.10.06

PSB em Gredos

Fotografia de Telmo Nunes (um abraço para ele)

Marie Antoinette

Então e mais, não há mais?
Mais não porra, mais disto nem pensar.
Detesto os filmes da Sophia Coppola enquanto os vejo, no fim fico vazio, no dia seguinte não tenho a mínima opinião e para aí um mês depois julgo que afinal, se calhar, até não são maus.
O certo é que os três filmes dela, penso não ter feito mais, Virgens suicidas, Lost in translation, e este, não me deixaram de todo indiferente e ainda hoje não sei o que pensar deles.
Às tantas parece-me que ela sente é demais e que é incapaz de estruturar o que sente de forma a que nos faça algum sentido.
E eu que tão bem conheço e tão mal lido com pessoas assim. Criam em mim ansiedade.




Kirsten Dunst é muito bonita.
É loura.
É bela.
É menina.
Ah, e os dentes.
É loura.
É mulher.
É loura.
É senhora.
É feia, às vezes.
É loura.
Os dentes!!
É loura.
Encanta.
É loura.

19.10.06

Conceptual, concepção, conceito, conceptualismo...





Ludibriei o público, inventei posteriormente um conceito, mais adequado à obra e ao próprio público. Sou um artista. Viva.
Tretas.
Agrada-me mais pensar da outra maneira, a do conceito vir da obra, vir a quem vê, a quem frui. E pode tambem ver, e fruir, e pensar, e sentir a quem fez. Não?

Just by chance

16.10.06

Mais coisas

Conceptual, concepção, conceito, conceptualismo...

Quando olhamos para o passado, seja o nosso ou não, sejamos nós como indivíduos ou nós como povo ou raça ou até nós como humanidade, quando reflectimos sobre o já passado baseamo-nos em dados retidos, dados conservados, fragmentos do ido e reconstruimo-lo. Esses dados retidos podem ser muitos ou poucos, muito válidos ou pouco válidos, podem até ser elementos que se basearam em falsas percepções e portanto completas distorções da efectiva realidade das coisas, mas são sempre eles que nos levam á construção de um entendimento da História (história ou estória, não importa. O importamte aqui é somente o ser pretérito.), e esse entendimento, encadeamento e aura de compreensão existe sempre, sempre, sempre em relação ao passado, e quanto mais distante maior.
A distância leva-nos a ver claro, um claro que pode não passar só de uma luz que nos ofusca, mas claro. Ao perto tudo é diferente, a incapacidade de foco não permite nunca delinear os contornos claramente e o claro é sempre obtuso.



Entre duas pessoas que conversam, a distância entre elas para alem de influenciar o decorrer da conversa é tambem reveladora da relação que existe ou vai existindo entre as duas.
Dois namorados falam colados um no outro. Numa conversa em que a distância progressivamente se encurta a relacão entre os dialogantes torna-se tambem progressivamente mais intima, o entendimento do outro é cada vez menor quanto menor é essa distância, o entendimento do outro é cada vez menos baseado no que nos chega dele e cada vez mais no que nos chega de nós, no que a proximidade do outro provoca em nós, nos faz sentir, portanto menos racional e menos clara, mais emocional, mais confusa mas tambem muito mais intensa em termos sensoriais.

15.10.06

Coisas

Miguel

Mijar

Ter que pagar para mijar é o fim da civilização.

Rui Luis

Conceptual, concepção, conceito, conceptualismo...

Nasce a obra do conceito ou o conceito da obra?

14.10.06

Just by chance

12.10.06

Final Fantasy


Domingo no Clube Lua Owen Pallet e o seu violino vão de certeza brilhar. Lá estarei para ver.

11.10.06

Ainda sobre o World Press Photo

Acreditar na matéria sem escamotear a fúria que a habita é, afinal, o programa íntimo de muitas formas contemporâneas de arte. Ou ainda: depois da "evidência" fotográfica herdada do século XIX, trata-se agora de não temer a angústia de saber que o real não é transparente nem se oferece à suposta candura dos olhares — tudo é conflito. E uma imagem, cada imagem, é o mapa de uma guerra aberta entre linguagens. Impossível voltar a ser criança.
Por isso o mundo nos exige cada vez mais que não o olhemos como se estivéssemos a transcrevê-lo. Não há transcrição possível. Não acreditemos na beatice iconográfica das televisões que nos querem fazer olhar cada imagem como se fosse o oráculo incontestável de uma verdade (que as próprias televisões julgam possuir). Subitamente, compreendemos que para olhar, para realmente ver, é preciso ter amor nos olhos. E isso é sempre o mais difícil.


João Lopes in Sound+Vision


Irrita-me um pouco o WPP, e irrita-me por isto mesmo que acima transcrevo. O WPP é um tipo de cerimónia dos óscars da fotografia, muito hype, muitos visitantes, todo ser que é ser e se julga algo tem que ir ver o WPP, e deambulam pelas salas de exposição milhares de pessoas como que num espectáculo de variedades soltando suspiros de admiração e de horror perante a evidência fotográfica. Irrita-me toda essa gente que me parece não entender que não há transcrição possível do real, e nenhuma imagem é o óraculo incontestável de uma verdade.
É preciso ter amor nos olhos, para se fotografar como fotografam os homems que nos trazem essas imagens e é tambem preciso ter amor nos olhos para conseguir olhar para elas e ver, realmente ver.

10.10.06

Tempos de infância

World Press Photo, CCB.
Uma catarse de destruição e terror. Olhar o mundo na pior das suas faces, olhá-lo por olhos emprestados, olhos que sabem ver, olhos que não apenas olham.
E no entanto que desafio! Que direi eu? Que ensinarei eu a alguém que no fundo é ainda uma tábua rasa, um quadro vazio à espera do branco do giz, alguém cujo livro repleto de páginas ainda brancas anseia pela ponta do aparo? Assusta isto. Ter a responsabilidade de preencher o quadro é realmente assustador. Talvez lhe diga apenas que olhe, que olhe sempre o mais longe que puder e não se esqueça nunca dos tempos de infância.

PS: Podemos sempre fazer uma tour.

5.10.06

Em Belem

Agora, olhando para as palavras de à pouco e as entender como uma metáfora que não tinha presente quando as escrevi, e pensar onde estive esta tarde , e tendo ido lá parar sem nunca ter pensado nisto, só me dá vontade de rir.
Dizem que não há coincidências mas eu acho que há, penso que as coisas existem e acontecem apenas por existirem e acontecerem e nada é mais do que parece.

Guardar cá dentro amor
Não nos faz nada bem
Quando cá fora o ódio quer entrar
Fui morar prá paixão
Pois eu sei
Que não há melhor lugar

Tenho o ódio à porta a espreitar, à espera.
Cá dentro o amor é tanto que não cabe.
Onde anda a paixão?

Curvo-me perante um O.M.E.M. grande, um O.M.E.M. que não aparece na T.V.
Mas um O.M.E.M. que merece que me curve perante seu talento.



Vamos para os copos

Bom parece-me que está na hora, na hora de sair disto seja para onde for. Vá eu para a esquerda ter com o amigo jerónimo e beber uns traçadinhos lá para o barreiro, ou para a direita comer uns pastelinhos de belem, está na hora de sair. Posso até ir em frente e ficar no meio, ir ter com o Chavez e pedir que me tire um retrato com o Sócrates para mostrar a toda a gente.
Há que andar que parado crio raízes.
Hoje é feriado, implantação da Républica, vamos pois comemorar, viva a Républica, Viva os feriados, vamos para os copos.

Tenho de deixar de fumar

The ligth of day

Há muito que não comprava um cd, comprei este e eis o que ele me deu:

The ligth of day, track 5

I found a photograph of you and me
Drinking sangria somewhere by the sea
There's laughter in our eyes and dreams in our hearts
Before life waded in and tore it all apart

When there's no more lies to hide behind
And no more tears to cry
I know we'll be alright
'Cause even though the skies above are cold and grey
I'm sure tomorrow we will see the light of day

I found some letters from a happier time
I smelled the scented pages and re-read the lines
Why must the summer always turn into the fall?
Why must we lose love to ever know love at all?

When there's no more lies to hide behind
And no more tears to cry
I know we'll be alright
'Cause even though the skies above are cold and grey
I'm sure tomorrow we will see the light of day

The light of day shining through our window pane

Ironias da puta da vida.

4.10.06

Para ti

Não sei que diga. Agora que a ultima onda que chegou à praia, imensa, avassaladora, destruidora, parte talvez de um qualquer tsunami que algures no mar da vida teve origem, num incrivel maremoto ocorrido numa bacia, chamada amor e que ninguém sabe exactamente onde fica, agora que ela já vai direita ao mar, e que o rasto de desordem e destruição emerge, espero que não venham mais, espero que o tormento tenha finalmente acabado.
Olhar em volta e ver que do que antes lá estava pouco resta ou nada se parece com o que era, é ainda pior que o turbilhão vivido antes.

Que te digo?
Que tenho eu para te dizer?
Que olho os mortos, os feridos e os sobreviventes, que os observo e me sinto vazio, que a água não levou apenas coisas, levou-me a mim tambem, mas apenas a alma, o corpo cá ficou, perdido e desorientado. Mas com vontade, sempre com vontade, de enterrar os mortos cuidar dos vivos e reconstruir.

Para o mar? Para o mar não sei se alguma vez conseguirei voltar a olhar igual, enchendo o peito de ar e voar no azul sem fim.
Talvez um dia! Talvez!
Talvez lá volte para buscar a alma que me levou.
Talvez...

Merda.

Não consigo crer em tudo o que me está a acontecer e tem acontecido. Como é possivel o mundo que construì em mim, dentro de mim e para mim ruir completamente de um dia para o outro. Porra.

É impenssável que tudo o que ao longo de 29 anos acumulei, vivi, experienciei, assisti, senti, e que foi a base para a construção lenta e progressiva duma personalidade, mais ou menos forte, mais ou menos marcante, mais ou menos estruturada, ás vezes mais outras vezes menos mas uma personalidade, a minha. Em suma, eu próprio. É impenssável que tudo tenha caido na porra de um só dia. Eu que até sempre fui um gajo de nunca ter certezas, de sempre pôr tudo em questão, equacionar, sem dogmas nem estigmas, sem preconceitos, ou pelo menos sempre tentei não os ter, e sempre os vi como limitações.

Mas merda tambem eu criei pilares, formas de funcionar, cimentei algumas crenças, e sempre pensei que a sinceridade e a honestidade, a pureza dos sentimentos e emoções e a sua clara e viva expressão sempre com percepção de que essa pureza, honestidade e sinceridade da sua expressão eram o mais importante e belo dum ser Humano, mesmo que horrendos esses sentires, se expressados de forma pura e com a consciência de que somos todos humanos, expressados com a humildade de sermos infimos, e todos sentimos aqui e ali os mais detestáveis e tambem belos e tambem insignificantes sentimentos e experienciamos vontades e desejos monstros, se mostrados ao outro de coração aberto e à espera apenas do espaço e do tempo para serem recebidos e compreendidos do outro lado, no outro ser, deixavam por e simplesmente de o ser e a forma tomava o lugar do conteúdo, a beleza da expressão tornava-se no expresso, e o eco trazia a percepção do horror e a consciência do detestável. E crescia-se assim, sendo puro, sempre puro.

E acreditava assim em alguma coisa, entre outras, e que agora me parecem ocas, vazias e sem nexo. Meras e insignificantes divagações de um simples mortal idiota.
Vivemos todos na porra de uma selva e não passamos de uns tristes animais.
Somos uma MERDA, todos e sem execpcção, e sinto-me um otário por nunca ter entedido isso.

1.10.06

De tão longe, tão perto.


Restauradores, Lisboa. À uns quantos anos atrás.


Não acho esta uma fotografia especialmente boa, mas gosto dela e gosto de olhar para ela.

Footstep



The fairest of the seasons

Obrigado pelo amor, pela música, pela loucura , pelos cheiros, pelas alegrias e tristezas, pelas emoções, pelos choros. Obrigado pela vida que me deste e que eu te dei, pelos toques, pelos olhares cúmplices, pelas bebedeiras e mocas, pelas viagens longas, pelos risos e gargalhadas. Obrigado pelo que cresci e vivi.
É tempo de dizer adeus, é tempo de não olhar para trás, de seguir em frente e levantar a cabeça.
É tempo de mudar de estação.